terça-feira, 30 de novembro de 2010

O que a "impren$a burgue$a" não mostra

Isso você não vai assistir no Jornal Nacional nem no Wagner Montes...

A Guerra do Rio – A farsa e a geopolítica do crime
Cumprindo com compromisso de publicar notícias que não se encontram na grande mídia, divulgamos texto do professor José Claudio S. Alves, sociólogo da UFRRJ, sobre os acontecimentos no Rio.
Nós que sabemos que o “inimigo é outro”, na expressão padilhesca, não podemos acreditar na farsa que a mídia e a estrutura de poder dominante no Rio querem nos empurrar.

Achar que as várias operações criminosas que vem se abatendo sobre a Região Metropolitana nos últimos dias, fazem parte de uma guerra entre o bem, representado pelas forças publicas de segurança, e o mal, personificado pelos traficantes, é ignorar que nem mesmo a ficção do Tropa de Elite 2 consegue sustentar tal versão.

O processo de reconfiguração da geopolítica do crime no Rio de Janeiro vem ocorrendo nos últimos 5 anos.

De um lado Milícias, aliadas a uma das facções criminosas, do outro a facção criminosa que agora reage à perda da hegemonia.

Exemplifico. Em Vigário Geral a polícia sempre atuou matando membros de uma facção criminosa e, assim, favorecendo a invasão da facção rival de Parada de Lucas. Há 4 anos, o mesmo processo se deu. Unificadas, as duas favelas se pacificaram pela ausência de disputas. Posteriormente, o líder da facção hegemônica foi assassinado pela Milícia. Hoje, a Milícia aluga as duas favelas para a facção criminosa hegemônica.

Processos semelhantes a estes foram ocorrendo em várias favelas. Sabemos que as milícias não interromperam o tráfico de drogas, apenas o incluíram na listas dos seus negócios juntamente com gato net, transporte clandestino, distribuição de terras, venda de bujões de gás, venda de voto e venda de “segurança”.

Sabemos igualmente que as UPPs não terminaram com o tráfico e sim com os conflitos. O tráfico passa a ser operado por outros grupos: milicianos, facção hegemônica ou mesmo a facção que agora tenta impedir sua derrocada, dependendo dos acordos.

Estes acordos passam por miríades de variáveis: grupos políticos hegemônica na comunidade, acordos com associações de moradores, voto, montante de dinheiro destinado ao aparado que ocupa militarmente, etc.

Assim, ao invés de imitarmos a população estadunidense que deu apoio às tropas que invadiram o Iraque contra o inimigo Sadam Husein, e depois, viu a farsa da inexistência de nenhum dos motivos que levaram Bush a fazer tal atrocidade, devemos nos perguntar: qual é a verdadeira guerra que está ocorrendo?

Ela é simplesmente uma guerra pela hegemonia no cenário geopolítico do crime na Região Metropolitana do Rio de Janeiro.

As ações ocorrem no eixo ferroviário Central do Brasil e Leopoldina, expressão da compressão de uma das facções criminosas para fora da Zona Sul, que vem sendo saneada, ao menos na imagem, para as Olimpíadas.

Justificar massacres, como o de 2007, nas vésperas dos Jogos Pan Americanos, no complexo do Alemão, no qual ficou comprovada, pelo laudo da equipe da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República, a existência de várias execuções sumárias é apenas uma cortina de fumaça que nos faz sustentar uma guerra ao terror em nome de um terror maior ainda, porque oculto e hegemônico.

Ônibus e carros queimados, com pouquíssimas vítimas, são expressões simbólicas do desagrado da facção que perde sua hegemonia buscando um novo acordo, que permita sua sobrevivência, afinal, eles não querem destruir a relação com o mercado que o sustenta.

A farça da operação de guerra e seus inevitáveis mortos, muitos dos quais sem qualquer envolvimento com os blocos que disputam a hegemonia do crime no tabuleiro geopolítico do Grande Rio, serve apenas para nos fazer acreditar que ausência de conflitos é igual à paz e ausência de crime, sem perceber que a hegemonização do crime pela aliança de grupos criminosos, muitos diretamente envolvidos com o aparato policial, como a CPI das Milícias provou, perpetua nossa eterna desgraça: a de acreditar que o mal são os outros.

Deixamos de fazer assim as velhas e relevantes perguntas: qual é a atual política de segurança do Rio de Janeiro que convive com milicianos, facções criminosas hegemônicas e área pacificadas que permanecem operando o crime? Quem são os nomes por trás de toda esta cortina de fumaça, que faturam alto com bilhões gerados pelo tráfico, roubo, outras formas de crime, controles milicianos de áreas, venda de votos e pacificações para as Olimpíadas? Quem está por trás da produção midiática, suportando as tropas da execução sumária de pobres em favelas distantes da Zona Sul? Até quando seremos tratados como estadunidenses suportando a tropa do bem na farsa de uma guerra, na qual já estamos há tanto tempo, que nos faz esquecer que ela tem outra finalidade e não a hegemonia no controle do mercado do crime no Rio de Janeiro?

Mas não se preocupem, quando restar o Iraque arrasado sempre surgirá o mercado finaneiro, as empreiteiras e os grupos imobiliários a vender condomínios seguros nos Portos Maravilha da cidade.

Sempre sobrará a massa arrebanhada pela lógica da guerra ao terror, reduzida a baixos níveis de escolaridade e de renda que, somadas à classe média em desespero, elegerão seus algozes e o aplaudirão no desfile de 7 de setembro, quando o caveirão e o Bope passarem.

Contribuição do aluno Thiago Ângelo

Gostaria de expressar meu pensamento livre através desse material. Espero estar dentro da proposta...grande abraço e parabéns pela vitória inconstestável que é uma vitória dos alunos da história com real compromisso de tornar possível a universidade que queremos...


"O Legado de 2014"

"Gostaria de ocupar este espaço, ultimamente alvo de intensa disputa política, para expor uma indignação que não é só minha, nem dos alunos de história, nem dos universitários da UERJ, mas sim ,de todo o povo carioca representados também pela comunidade uerjiana, mas de maneira mais expressiva pela comunidade do entorno e pelos trabalhadores que convergiam para ter ali sua refeição diária. Falo da interrupção das atividades do bandejão do Maracanã (Restaurante Popular Radialista Jorge Curi), por tempo indeterminado. O que para nós era uma alternativa aos preços abusivos das refeições disponibilizadas dentro do espaço universitário, para essas pessoas representava uma alimentação de qualidade a um preço justo e que não terá substituto à altura, ou seja, essas pessoas voltaram ao estado de fome endêmica como no descrito por Josué de Castro, fome silenciosa dos que não têm uma dieta adequada e comem apenas para sobreviver. A interrupção se dá no bojo das reformas estruturais do Maracanã para atender aos parâmetros da FIFA para a realização da Copa do Mundo de 2014.

Podemos assim observar o primeiro legado da Copa, a fome do povo. Povo esse que já tem seu primeiro indicador de quem será contemplado com tal evento, que interesses serão atendidos. Vemos assim as prioridades do governo Federal e Estadual em adequar a cidade para receber eventos que prestam um “grande serviço” às empreiteiras, aos bancos e aos conglomerados multinacionais envolvidos na produção deste, excluindo o elemento popular das motivações de tal evento.

Não sou um especialista na discussão dos mega-eventos, mas acredito ser essa uma importante questão do nosso tempo. Só escrevi essas poucas letras porque nenhum outro meio de comunicação assim o fez. Acredito que uma outra Copa é possível, uma que realmente tenha algum legado social e não apenas consequências que dificultam ainda mais a vida da população.

Thiago J. Paz Angelo 10° período"

O jornalismo desonesto e o mito do “crime organizado”


Leiam o exelente artigo de Gustavo Barreto que critica a ação das forças policiais cariocas e a cobertura da midia facista que por traz de um discurso de heroismo e esperança ,esconde uma dinãmica perversa e classista .

Disponível em :

http://www.consciencia.net/o-jornalismo-desonesto-e-o-mito-do-crime-organizado/


Por Gustavo Barreto em 25/11/2010



O “Jornal da Globo” fechou com chave de ouro o dia de uma emissora empenhada em assustar e desinformar o público, enquanto outras emissoras e rádios acompanharam a tática do pânico. A velha técnica do “Mantenham a calma” seguido de imagens impactantes da violência no Rio de Janeiro é a melhor forma, do ponto de vista da cultura do medo que tenta se impor, de pôr em ação esse objetivo. É como você dizer “Fique à vontade” quando recebe alguém pouco conhecido em sua casa, provocando o efeito contrário. Neste caso é bem pior: trata-se do imaginário social de um conjunto de milhões de brasileiros que está em jogo. E neste caso há consequências políticas.

Não há dúvidas de que (1) o índice de criminalidade no Rio é muito alto, inaceitável, e que (2) a lógica que rege o projeto da polícia comunitária, que esse governo chama da “UPP” e que outros governos já tentaram com outros nomes, é um bom caminho, desde que proponha de fato a participação da comunidade no processo decisório e que seja mais amplo. Atualmente é um conjunto de projetos-piloto.

No entanto, estratégias diversas estão em jogo. A saber:

A. O Governo do Estado, principalmente por meio do governador Sergio Cabral, tenta capitalizar a crise politicamente. Aparece como o “líder destemido” que as pessoas assustadas das classes A e B exigem nessa hora. Ao mesmo tempo, desvia a atenção da plena incompetência do governo nas áreas de educação e saúde – incluindo a recente busca e apreensão na casa de Cesar Romero, o ex-subsecretário-executivo de Saúde, primo da mulher do secretário Sérgio Côrtes e braço direito dele na secretaria. A acusação: fraude em licitação ao contratar manutenção de ambulâncias superfaturada em mais de 1.000%;

B. Setores mais violentos da Polícia Militar – a banda podre que não quer saber de papo de UPP – ganham carta branca, por conta do clima de medo, para fazer suas velhas e conhecidas “incursões” nas favelas, a política burra do confronto com o “crime organizado”, vitimando cidadãos inocentes e realizando execuções sumárias de suspeitos. O Secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, chama isso de “efeito colateral”, enquanto jornalistas passam uma coletiva de imprensa inteira perguntando apenas por “números” e trajetos da PM e do BOPE;

C. Os principais chefes da Polícia Militar do Rio de Janeiro e a Secretaria de Segurança Pública vendem a tese deplorável de que os atentados são uma “reação às políticas das UPPs”, e a velha mídia simplesmente engole. O curioso é que as UPPs estão presentes em 13 favelas, de um universo de 1.000 existentes no Rio e região metropolitana. Imagina quando chegarem a 20, 30! Melhor mudar para Miami de uma vez;

D. A mídia cria uma dinâmica do medo a partir de absurdos sociológicos, como afirmar que o “crime organizado” atual surgiu do encontro entre presos comuns e presos políticos nos anos 70 (tentando vincular militantes de esquerda a traficantes de drogas); separar a cidade em esquemas tipos “eles-nós”, como fez Arnaldo Jabor, ao afirmar que “é preciso apoio da população, principalmente da Zona Sul, pois a periferia já mora dentro da violência” (JG, 24/11/2010) e até mesmo mentir descaradamente, afirmando por exemplo que os “índices de criminalidade estão estagnados no Rio” (editorial de William Waack), o que é mentira, conforme atesta até mesmo um dos maiores críticos do Governo do Estado, o sociólogo Ignácio Cano. Pouco importa para o jornalismo desonesto: o que está em questão é reafirmar o discurso vazio do “A que ponto chegamos!” e o elogio ao “endurecimento” das leis e das ações vingativas, como forma de alívio do medo criado. Não adianta nada, conforme apontou este seminário (em especial a fala do Coordenador do Núcleo de Presos da Polinter no Estado do Rio de Janeiro, o delegado da Polícia Civil, Orlando Zaccone).
A "polícia comunitária" do Rio de Janeiro, conhecida como UPP, tem coincidentemente um caminho parecido com o das rotas dos grandes eventos internacionais que se aproximam.

A "polícia comunitária" do Rio de Janeiro, conhecida como UPP, tem coincidentemente um caminho parecido com o das rotas dos grandes eventos internacionais que se aproximam.

Os interesses, portanto, são complexos tal como os nossos problemas. A Zona Sul (parte dela, aquela à qual o Jabor se refere e da qual faz parte) está tão assustada que não consegue raciocinar. Milhares de pessoas são executadas todo ano no Rio de Janeiro, dados absolutamente grotescos. A cobertura é a mesma? Não. “As pessoas lidam com insegurança no Rio de forma cíclica e dramática. Para conviver com o alto nível de violência na cidade, tratam como se ela não existisse. Mas, então, surge um evento de grande repercussão e vira uma pauta central na cidade, todos discutem, é uma grande catarse”, aponta Ignácio Cano. “Sensação de segurança pública é muito diferente da efetiva segurança”, completa o deputado Marcelo Freixo.

Se fosse de fato uma preocupação, pararia para ler o relatório da CPI das Milícias, concluído no dia 10 de dezembro de 2008. Contém o mapa das milícias, seu funcionamento, seus braços econômicos, a relação do braço político com o braço econômico e o domínio de território. Enquanto as Nações Unidas calculam que o narcotráfico rende 200 mil dólares por minuto, só no domínio das vans no Rio de Janeiro, uma das milícias faturava 170 mil reais por dia. Este é apenas um exemplo.

Crime organizado, portanto, é isso: um negócio bem organizado. O que torna o crime “organizado” é sua capacidade de se organizar, e não de reagir violentamente. “Em qualquer lugar do mundo, o crime organizado está sempre dentro do Estado, e não fora”, aponta o deputado Marcelo Freixo, que relata sua dificuldade quando tentou instituir a referida CPI neste depoimento.

O pior é que o número de milícias é, hoje, maior do que em 2008. “O número de territórios dominados por milícias hoje é maior do que o número de territórios dominados pelo varejo da droga”, comenta Freixo. “Eu estranho o silêncio desse governo em relação às milícias, dizendo que o Rio está pacificado, diante do crescimento das milícias”.

E o poder público tampouco ajuda. O relatório foi entregue pelos membros da CPI nas mãos do prefeito Eduardo Paes. Solicitaram, por exemplo, que a licitação das vans fosse feita individualmente e não por cooperativas. “O prefeito acaba de fazer licitação por cooperativas e não individualmente”, denunciou Freixo.

Outro fator que aponta o descaso do poder público é o descaso com os serviços sociais que deveriam acompanhar o processo de “pacificação”. “Eu estive no Chapéu Mangueira e na Babilônia. Além da polícia, não há lá qualquer braço do Estado. A creche mal funciona, com o salário atrasado das professoras, o que a Prefeitura não assume. O posto de saúde não tem nenhum médico, nenhum dentista da rede pública do Estado. É mais uma vez a lógica exclusiva da polícia nas favelas – e somente a polícia”, afirmou. O projeto das UPPs está traçando um caminho bem delimitado: setor hoteleiro da Zona Sul, entorno do Maracanã, Zona Portuária e a Cidade de Deus, “única área dominada pelo tráfico em toda Jacarepaguá, que tem o domínio hegemônico das milícias”.

Danem-se as demais regiões que, como ressaltou Jabor, “já moram dentro da violência”.

Uma questão social, de classe

Para quem ainda acha que as questões de classe acabaram, basta comparar a forma como os diversos crimes em nossa sociedade são enfrentados. Para combater crimes financeiros (quando se combate), ninguém entra em agências bancárias rendendo as pessoas e atirando. Nas favelas, áreas com assentamentos humanos extremamente degradados, é diferente.

Um dos “efeitos colaterais”, na expressão de Beltrame, é a estudante Rosângela Alves, de 14 anos. Seu pai Roberto Alves, ironizou a presença dos policiais militares na unidade de saúde com aplausos: “Parabéns a vocês. Parabéns, Beltrame, parabéns, Cabral. Olha o que vocês conseguiram com isso! Matar uma menina que estava em casa! Sabe o que vocês conseguem com essas operações: matar pobres”. Sem conseguir sair de casa por causa do intenso tiroteio, a mãe da menina, Thereza Cristina Barbosa, acusou em relato ao jornal O Dia a polícia de ter disparado o tiro que matou sua filha. “O tiro que atingiu minha casa partiu de baixo para cima. Minha filha está morta, e eu sequer consigo velar o corpo dela”, lamentou ela, por telefone. (Leia aqui e aqui)

Como já apontei, o narcotráfico é um negócio como qualquer outro. E rende bastante: dados conservadores das Nações Unidas estimam que o rendimento líquido é de US$ 400 bilhões ano. Um “freela” para se queimar um carro custa entre R$ 200 e R$ 400. “Falo em ‘varejo de drogas’ na favela, e não de traficantes”, reafirma Freixo, apontando que a ponta do sistema – o 1% que está na favela – não tem projeto de poder e qualquer noção de organização criminal, como apontei. “Nunca participaram de juventude católica, de grêmio estudantil, nunca tiveram qualquer noção de coletividade. Sabe quantas escolas públicas existem no Complexo do Alemão? Duas”.

Conforme afirmou até mesmo um capitão e um dos fundadores do Batalhão de Operações Especiais (BOPE) – um grupo de policiais fascistas que acreditam que executar sumariamente é uma prática normal, conforme não escondem mesmo em declarações públicas – em uma entrevista hoje (25/11) pela manhã na TV Record: “Os Batalhões da PM não possuem estrutura mínima de inteligência para operar”.
Marcelo Freixo, deputado que trata da segurança há muito tempo, amplia a crítica e denuncia: "Sabe quantas escolas públicas existem no Complexo do Alemão? Duas"

Marcelo Freixo, deputado que trata da segurança há muito tempo, amplia a crítica e denuncia: "Sabe quantas escolas públicas existem no Complexo do Alemão? Duas"

O deputado Marcelo Freixo deu uma entrevista nesta quinta-feira (25/11) na GloboNews afirmando o óbvio: o número de pessoas portando fuzis não chega a 1% dos moradores. Ele costuma ironizar: “Eu gostaria que no parlamento fosse a mesma coisa: menos de 1% envolvido com o crime. Infelizmente não é assim, mas na favela é”. A polícia tem que agir com responsabilidade diante destes cidadãos. Enquanto isso telespectadores igualmente fascistas comentam pela internet: “Tem que entrar mesmo e enfrentá-los”. De quem estamos falando?

Freixo, focado na solução do problema, lembra: “Armas não são produzidas nas favelas. Eles vieram de algum lugar. Quantas ações policiais foram feitas na Baía de Guanabara? Quantas foram realizadas no Porto? Eu não me lembro de nenhuma”. É uma constatação que deixa todos os “notáveis” comentadores políticos envergonhados, pois só sabem falar abobrinhas sobre a “coragem” dos policiais em “enfrentar” o crime organizado. Estão focados na política burra do confronto.

Freixo lembrou ainda, na entrevista de hoje, que essas áreas pertencem ao tráfico de drogas. A área das milícias, conforme descrito anteriormente neste artigo, não foram tocadas – e tão somente por isso não estão reagindo. “Vamos lembrar que esses eventos já aconteceram próximo ao réveillon de 2006. O problema não é esse. A questão é que o setor de inteligência no Rio de Janeiro é muito falho. Para constatar isso basta visitar a DRACO [Delegacia de Repressão ao Crime Organizado da Polícia Civil do Rio de Janeiro]”, concluiu Freixo.

Agora, muito pertinentemente alguém poderia se perguntar: e os movimentos sociais nisso tudo? Eles não possuem meios para se comunicar, portanto não fazem parte do cenário político. É tão simples quanto é trágico.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Dia Internacional de Solidariedade com o Povo Palestino será comemorado na UERJ



Será comemorado no próximo 29 de novembro, segunda-feira, o Dia Internacional de Solidariedade com o Povo Palestino. Para marcar a data o Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio) e a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) promovem uma mesa redonda sobre o tema no mesmo dia, às 18h.


O debate contará com a participação do Reitor da UERJ, Professor Ricardo Vieiralves de Castro; do Embaixador da Palestina no País, Senhor Ibrahin Alzeben; do Sub-Chefe da Divisão das Nações Unidas do Ministério das Relações Exteriores, Secretário Breno Hermann; e do Diretor do UNIC Rio, Giancarlo Summa. O debate será mediado pela jornalista e professora Beatriz Bissio. Antes do debate será mostrado um vídeo mostrando o trabalho da ONU na região.


No mesmo dia também será inaugurada uma exposição fotográfica contando a história recente do povo palestino, o envolvimento das Nações Unidas nesta questão, o trabalho que a ONU desenvolve na região e as ações que o governo brasileiro vem desenvolvendo nesta área. As fotos ficarão expostas no 9o andar.

A UERJ fica rua São Francisco Xavier, 524, Maracanã. O debate será realizado no Auditório 701, 7o andar, às 18h. A entrada é franca.

Serviço

Dia Internacional de Solidariedade com o Povo Palestino
29 de novembro – 18h00
UERJ: R. São Francisco Xavier, 524 – Maracanã – Rio de Janeiro
Auditório 701 – 7o andar
Entrada Franca.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Vitória da Chapa Filhos da Pública 5ª







A chapa Filhos da Pública 5ª foi eleita para a gestão do CAHIS UERJ 2011 nesta quinta-feira numa estrondosa vitória.
Segue o resultado final das eleições:

Chapa Filhos da Pública 5ª: 201 votos
Chapa Fazendo História: 31 votos
Brancos: 04 votos
Nulos: 02 votos

Total de votos: 238 votos.

O CAHIS UERJ agradece pela participação de todos os estudantes e a chapa Filhos da Pública 5ª promete garantir a permanência do trabalho sério que tornou, nos últimos 5 anos, o CAHIS o melhor C.A. da UERJ.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Eleições CAHIS 2010/2011 - A votação já começou

Já está em andamento a votação para as eleições do Centro Acadêmico de História. Participe das eleições e ajude a decidir qual vai ser a gestão do CAHIS para 2011.

Você pode assistir ao debate entre as chapas (realizado em 22/11/2010) em http://www.youtube.com/results?search_query=elei%C3%A7%C3%B5es+cahis+uerj&aq=f

As eleições estão acontecendo nos dias 23 (terça-feira), 24 (quarta-feira) e 25 (quinta-feira), entre 09h30 e 12h30 e entre 17h30 e 21h. No último dia, a votação encerra-se uma hora mais cedo para a apuração. Para votar, leve carterinha e um documento com foto.

A apuração será realizada na sala 9027-F, sede do CAHIS, na quinta-feira, 25/11/2010, assim que a votação acabar.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

ELEIÇÕES CAHIS 2011 - DEBATE EM 22/11/2010, 20H NA RAV-94

A Comissão Eleitoral convoca para o debate das chapas que se candidatam ao Centro Acadêmico de História para a gestão 2011.

O Debate será realizado na 2a feira, dia 22 de novembro, na RAV-94, a partir das 20h até as 22h.

Regras do debate:
O debate será dividido em dois blocos de perguntas.

No primeiro bloco, as chapas perguntarão uma para a outra. Cada pergunta terá a duração de 30 segundos. A chapa questionada responde durante três minutos, a chapa que perguntou imputa uma réplica de 3 minutos. Haverá tréplica para a chapa questionada de 1 (um) minuto.

No segundo bloco a platéia fará 2 (duas) perguntas para cada chapa. Serão 4 (quatro) pessoas sorteadas na platéia a realizarem as perguntas. Durante o primeiro bloco, as pessoas se inscreverão, somente com o nome. Os quatro contemplados farão perguntas com duração de 1 (um) minuto. Repetindo, serão duas perguntas para cada chapa, impreterivelmente. A chapa perguntada terá 3 (três) minutos para responder. A chapa adversária terá 3 (três) minutos para réplica. Não haverá tréplica.

A comissão eleitoral comporá a mesa com dois representantes. Um deles será responsável por mediar o debate e o outro por contar o tempo. Casos de pedido de direito de resposta, por possíveis agressões verbais e/ou ofensas, serão analisados pelos membros da comissão eleitoral.

Para a composição da mesa serão somente 2 (dois) representantes de cada chapa, escolhidos pela própria chapa.
COMISSÃO ELEITORAL

terça-feira, 16 de novembro de 2010

ELEIÇÕES CAHIS 2011

As eleições do CAHIS para a gestão de 2011 acontecerão dias 23, 24 e 25 de novembro.
A urna estará em frente ao CAHIS, no horário de funcionamento de 08:30 ao 12:30 e de 17:30 às 21:00. No último dia de votação, a urna fecherá às 20:00 horas para a apuração, a ser realizada na sede do CAHIS. Todo estudante com matrícula ativa em 2010/2 está apto a votar. Leve qualquer documento com foto.

Seguem os nomes das chapas inscritas e seus membros:

Filhos da Pública 5ª (Chapa 01)

Gabriel "Valdiran" 8/M
João Cláudio Pitillo 8/N
Viviane Fernandes Silva 2/M
César Alves da Silva Filho 8/N
Diego Batista de Souza 4/N
Evilyn Oliveira Merlo 2/M
Fernando Guimarães Pimentel 6/N
Gisele Pinho Krauss 2/M
Jefferson "Mexicano" 4/N
Ronny de Souza Lima 8/N
William Pereira da Silva 6/N
Vilker Silva de Moura 8/N
Luana de Oliveira Ferreira 6/M

Fazendo História (Chapa 02)

Daiana Beck Cardoso 12/N
Guilherme Esteves Galvão Lopes 6/N
Janice Conrado de Oliveira 4/N
Natália Augusta Fontes de Carvalho Ribeiro Rodrigues
Pedro Sousa da Silva 4/M
Ricardo Cassio Marinho da Silva 4/N

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Reunião do Departamento de História

Prezados(as) Professores(as) e Alunos(as):
Convocação:
Data: 23/11/2010
Hora: 16.00 hs
Local: RAV 94
O chefe do Departamento de História convoca os Senhores(as), para uma reunião ordinária do Departamento a ser realizada no próximo dia 23 (3ª feira), com a seguinte pauta:
1) - Planejamento do Departamento/COPAD,
2) - Horários 2011/1º,
3)- Pedido de Professor p/transferir-se p/Departamento de História,
4) - Currículo de História: Mudanças pontuais nas ementas,
5) - Notícias sobre a Comissão do DHIS que estuda a possível criação do Instituto de História,
6) - Assuntos Gerais.
Att.
André Campos
Chefe do Departamento de História

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Companheiros do Maranhão solidarizam-se com o CAHIS

O Correio Eletrônico do CAHIS (cahisuerj@hotmail.com) recebeu uma mensagem de solidariedade dos companheiros do CAHIS-UEMA. A representação dos alunos de História da Universidade Estadual do Maranhão reencaminhou nossa resposta às calúnias a que o CAHIS-UERJ foi vítima há algumas semanas.

Transcrevemos a seguir a resposta da forma que ela chegou a nós.

"Galera, os nossos companheiros do Centro Acadêmico de História estão sendo atacados por uma estudante que nada fez nem tem feito pelo movimento estudantil, nem pela a acadêmia que vem sendo sucateada a todo momento, e entendendo a preocupação dos nossos carissimos colegas é que faço circular as notas e o posicionamento dessa gestão que tem se primado pela excelência de fazer mais pelos acadêmicos e pelo curso de História sendo pra muitas acadêmias e instituições de ensino superior "exemplo". Por tanto peço-lhes com todo amor e carinho que sinto por vocês que assim como eu façam circular esta nota.

Em defesa do Centro Acadêmico da UERJ assino essa carta em solidariedade aos meus caros companheiros de luta."

A "Gestão FILHOS DA PÚBLICA IV" agradece imensamente as manifestações de solidariedade recebidas dentro e fora da UERJ. Elas mostram que nós estamos no caminho certo: caminho da coerência e da luta contra o aparelhismo partidário.

A verdade é revolucionária.
http://cahis-uerj.blogspot.com/2010/10/comunicado.html

terça-feira, 9 de novembro de 2010

FARC emitem comunicado pedindo oportunidade para a paz

As Farc dizem não à rendição e pedem oportunidade para a paz na Colômbia.

Na sua primeira manifestação após a queda do comandante Mono JoJoy, as FARC afirmaram sexta-feira, dia 24 de agosto que continuam “a reclamar uma oportunidade para a paz, não para a rendição”. Eis o texto do comunicado:
O povo da Colômbia e o mundo observam o triunfalismo macabro e a euforia belicista da classe governante colombiana, fato perfeitamente refletido na imprensa amarela do regime, que entusiasticamente publicou edições especiais não para lamentar a violência e clamar pela paz, como pedem os colombianos, e sim para cantar uma falsa vitoriosa aniquilação da insurgência.

Porta-vozes do governo e analistas do bolso alimentam a pretensão de que por meio século amamentou a classe latifundiária e corrompida que governa: exterminar pela via militar a rebelião insurgente.
Quão longe estão da realidade representada pelas Farc-EP na Colômbia e seu símbolo revolucionário de resistência, guias que hoje se propagam até para além da América latina.
Sabemos que os executores da guerra do regime nem por um minuto pensam que as suas bombas de fragmentação podem atingir seus soldados e polícias que permanecem como nossos prisioneiros de guerra na selva. Nada os detém de lançar seus bombardeios ferozes, inclusive assassinar indiscriminadamente os seus próprios homens que dignamente defenderam suas políticas.

Esta é a personalidade violenta e excludente do regime que enfrentamos e que, apesar dos azares da confrontação, continuaremos a enfrentar enquanto tenhamos, como até hoje, o apoio popular das pessoas humildes e renegadas que agradecem a resistência guerrilheira. Aí está o segredo que nos projeto no futuro, tanto nas selvas como nas cidades da Colômbia.
Enquanto houver injustiça, deslocados e desterrados, açambarcamento da terra e da riqueza, bandos de narcotraficantes e paramilitares co-governando, impunidade, corrupção, pobreza extrema, falta de garantias para participar politicamente pela via pacífica e democrática e enquanto houver perda de soberania e saqueio dos nossos recursos naturais, aí continuarão a aparecer sem cessar os viveiros genuínos para a existência da Farc-EP.

Apesar disso continuamos a reclamar uma oportunidade para a paz, não para a rednição como obstinada e estupidamente pensa o regime. O que reclamamos já o comunicou como meridiana clareza nosso comandante Afonso Cano: o único caminho é a solução política e pacífica para o conflito social e armado interno e nela somos e seremos fator determinante. AS demais estratégias só contribuem para prolongar a espiral da guerra.
Finalmente, queremos corroborar que não nos alegra a morte dos nossos adversários. Jamais a revista e a emissora Resistência, órgão informático das Farc-Ep, celebraram morte alguma.

Ao contrário, assumimos com disciplina o pensamento farino e as linhas do Estado-Maior e do Secretariado nacional, que claramente e desde sempre lamentaram a violência, e em alternativa temos defendido e proposto o diálogo e a paz. Acaso não foi essa a inspiração da exterminada União Patriótica? E não são as mesmas linhas democráticas, pluralistas e pacifistas do Movimento Bolivariano pela Nova Colômbia?
Convocamos a comunidade nacional e internacional a não se deixar
Enganar facilmente pelos cantos de sereia que proclamaram o presidente J. M. Santos em Nova York e os esbirros nos jornais e microfones da Colômbia.

Não é pela via do extermínio da parte contrária que a Colômbia encontrará a paz e a reconciliação. Ao seu tempo o Secretário haverá de comunicar a realidade dos fatos sucedidos nas selvas do Sul da Colômbia. Por essa razão não acrescentamos nada sobre estes acontecimentos. Entretanto, cobre-nos a honra e a gloria de continuar a lutar e a resistir até alcançar uma Nova Colômbia, em paz com justiça e democracia.

O Estranho caso dos computadores das FARC

25/Setembro/Aporrea.org – É bem estranho o caso dos computadores das FARC. Depois de 7 toneladas de explosivo, 30 bombas “inteligentes” de 500 libras (226,8kg) cada uma, dirigidas ao sítio onde abateram Jojoy, todos os corpos destruídos... e os computadores permanecem intactos.
Num verdadeiro alarde de investigação informática (in situ?)
as Forças militares da Colômbia já dizem que os computadores têm 11vezes mais informações que o de Raul Reyes.

Dizem os militares que estes computadores têm impactos de bala e estilhaços. Sobre nenhum deles, ao que parece, caiu uma bomba ou meio quilo de explosivos.
Eles ainda não têm, de forma oficial, o numero de mortos e suas identificações – mas já têm o inventário tecnológico. Foram muito diligentes para isso: 15 computadores, 94 memórias USB e 14 discos duros externos, com seus modelos e marcas. Até “já sabem” qual era o do comandante morto.
Mais importante que o trabalho de identificação de humanos é o outro: 40 peritos neste momento trabalham a marchas forçadas para descobrir as palavras passe dos computadores e terem acesso a uma informação que consideram chave para o desenvolvimento de futuras operações contra as FARC.
Curiosidade: Não encontraram um só telefone, dizem, mas as botas do comandante abatido tinham um chip para rastreio por satélite.

O original encontra-se em www.resumemlatinoamericano.ogr, nº 2276,
26- Setembro - 2010
Este artigo encontra-se em HTTP://resistir.info/
27 – Setembro - 2010

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

A educação proposta por Paulo Freire

Escola do MST tem a melhor nota do ENEM em Santa Catarina

Na Escola Semente da Conquista, localizada no assentamento 25 de Maio, em Santa Catarina, estudam 112 filhos de assentados, de 14 a 21 anos. A escola é dirigida por militantes do MST e professores indicados pelos próprios assentados do município de Abelardo Luz, cidade com o maior número de famílias assentadas no estado. São 1418 famílias, morando em 23 assentamentos.

A escola foi destaque no Exame Nacional do Ensino médio (Enem) de 2009, divulgado na pagina oficial do Enem. Ocupou a primeira posição no município, com uma nota de 505,69. Para muitos, esses dados não são mais do que um conjunto de números que indicam certo resultado, mas para nós, que vivemos neste espaço social, é uma grande conquista.

No entanto, essa conquista, histórica para uma instituição de ensino do campo, ficou fora da atenção da mídia, como também pouco reconhecida pelas autoridades políticas de nosso estado. A engrenagem ideológica sustentada pela mídia e pelas elites rejeita todas as formas de protagonismo popular, especialmente quando esses sujeitos demonstram, na prática, que é possível outro modelo de educação.

A Escola Semente da Conquista é sinal de luta contra o sistema que nada faz contra os índices de analfabetismo e do êxodo rural. Vale destacar que vivemos numa sociedade em que as melhores bibliotecas, cinemas, teatros são Mais de 100 filhos de assentados estudam na Escola para uma pequena elite. Espaços culturais são direitos universais, mas que são realidade para poucos.

E mesmo com todas as dificuldades a Escola Semente da Conquista foi destaque entre as escolas do Município. Este fato não é apenas mérito dos educandos, mas sim de uma proposta pedagógica do MST, que tem na sua essência a formação de novos homens e mulheres, sujeitos do seu processo histórico em construção e em constante aprendizado.

Transcrito de www.mst.org.br
Afinal, essa você não lê no G1, nem em "O Globo", muito menos vai assistir no "Jornal Nacional".